segunda-feira, 27 de março de 2017

Lollapalooza 2017: Rancid dá aula de punk rock e paga dívida com fãs brasileiros

Foto: Camila Cara
Salto acrobático de Tim Armstrong em ótimo show do Rancid
Por Guto Jimenez

Demorou muito, mas a espera definitivamente valeu a pena. Após 25 anos de estrada, a banda norte americana Rancid fez o seu primeiro show em terras brasileiras na noite de sábado. Uma das atrações mais esperadas da edição de 2017 do festival Lollapalooza, os californianos não decepcionaram, muito pelo contrário: os caras simplesmente apavoraram!

Ao lado do Green Day e do Offspring, o Rancid é a banda mais conhecida da leva conhecida como “Berkeley Punks”, grupos que surgiram na área da universidade de mesmo nome no norte da Califórnia. Quase todos eles despontaram na legendária Gilman Street, mais especificamente no Alternative Music Foundation, uma casa cujo espírito colaborativo faz parte da própria cultura local. Por exemplo: você podia pagar entre US$ 5 e 10 pra entrar na casa, já sabendo que teria de executar alguma tarefa em prol do público presente aos shows. Recusar-se a ajudar não era uma opção, já que a porta da rua era o destino garantido a quem não se dispusesse a cooperar com a comunidade. Esse local serviu de palco pros primeiros shows de bandas como Samiam, Blatz e Operation Ivy –  grupo do qual saíram Tim Armstrong e Matt Freeman, hoje no Rancid.

Ao lado de ambos, está Lars Friederiksen, um dos maiores motivadores da cultura do punk rock nos EUA. Três figuras com uma história de militância pelo movimento punk, juntos pela primeira vez num país tropical cujos fãs aguardaram um quarto de século pra poderem assistí-los ao vivo. O resultado só poderia ser um: apoteótico!
Foto: MRossi
Público morno não refletiu a energia do grupo no Lolla
Os caras foram espertos, baseando o setlist nas músicas mais conhecidas de seus oito álbuns – segundo Lars, o nono álbum já está no forno, produzido pelo Brett Gurewitz (Bad Religion) e deve ser lançado ainda este ano. O início veio com dois clássicos, “Radio” e “Roots Radicals”, que já incendiaram os fãs que se dividiam entre a grade do palco e as rodas de pogo. E haja disposição pra dançar! “The 11th Hour”, “East Bay Night”, “Last One to Die” (dedicada ao Metallica)… Teve o momento HC com “The Bottle”, teve “Terderloin”, “Honor Is All We Know” e rolou a nova “Salvation”, que deve fazer parte do novo trabalho deles. A banda não fez uma única pausa durante as músicas, nem mesmo quando Tim fez aquela média de “como é bom tocar no Brasil”; pra não dizer que eles não quebraram o ritmo da apresentação, fizeram os seus “minutos de ska-punk” com “Fall Back Down” e “Time Bomb”, antes do final com “Ruby Soho”, quando Lars dedicou ao Lemmy e ressaltou que “o mundo é um lugar muito pior desde que ele se foi”, no que foram ovacionados com louvor.

Um comentário:

  1. Galera, só uma correção. Salvation não é nova... é do Let's Go!

    no mais, o show foi fantástico. Torcer para voltarem com uma tour por aqui.

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