sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Drenna comprova o triunfo da cena independente em show estiloso

Foto: Bruno Eduardo
Drenna faz show de gente grande no Teatro Rival
Por Bruno Eduardo

Era para ser apenas um show de apresentação de seu novo disco - o ótimo 'Desconectar'. Mas o número apresentado pela Drenna no Teatro Rival vai muito além de canções executadas e figurinos renovados. Ele representa acima de tudo, o presente e o futuro de uma geração que sustenta o rock nacional. É também um atestado categórico de que as bandas independentes não devem nada aos medalhões. Falta-lhes apenas maiores oportunidades. 

Afinal, quando uma banda de investimento limitado, coloca quatro telões com imagens de alta tecnologia no cenário e faz um dos shows visuais mais legais que o Rival recebeu em anos, você tem a certeza absoluta que está diante do progresso. E esse progressivismo é de toda uma cena envolvida, em qual incluem bandas, produtores, técnicos de palco e demais profissionais que sustentam e disseminam esse mundo além do grande mainstream. Pois esse não é apenas um show bonito de se ver. Ele é o típico show de rock que você quer ver todos os dias, e que "cabe" em qualquer grande casa do país.

Com uma hora de atraso, a banda iniciou sua apresentação ao som da ótima "Sabotagem". Em seguida, veio uma das melhores do novo disco: "Anônimo". A vocalista, de cabelos descoloridos, dá show de interpretação em "Ela Vai Chamar Sua Atenção", com destaque para a habilidade vocal, onde alcança notas altíssimas numa potência surpreendente. Ela faz parte de um raro time que consegue tocar guitarra (muito bem) e cantar (melhor ainda). 

Foto: Bruno Eduardo
Cantora apresenta novo visual e performance destacada
Assim como deveria ser, a apresentação desta noite foi toda baseada no novo trabalho. A banda tocou todas as onze faixas de 'Desconectar' e mostrou que o álbum soa muito bem ao vivo. Os melhores momentos ficaram para o rock macio de "Alívio" - que teve a participação do coautor da canção, Rafael Lima, da banda Memora - e "Entorpecer" (que precisa ser mantida para sempre no repertório). Além disso, dois momentos intimistas deram o respiro necessário ao show. O primeiro foi um improvável, mas interessante solo de xilofone antes de "Navego" - faixa mais lenta do disco e que melhora muito ao vivo. O outro momento "diferentão" da noite foi a participação da galera do Lítio, que após uma versão completamente modernosa de "Roda Viva" do mestre Chico Buarque, transformou o local numa verdadeira rave, com muitos sintetizadores e os chamados "bate estaca" no ouvido da galera. Outra surpresa no repertório foi a inclusão de "Respect" de Aretha Franklin, numa releitura funk rock de botar respeito.

O final veio quente ao som do primeiro single do disco, e que leva o nome do álbum. O público canta o refrão e a vocalista se empolga, bate cabeça e faz estripulias com a guitarra, ao estilo hendrixiniano. Por conta do atraso inicial (o show estava previsto para uma hora antes), a banda acabou deixando de tocar uma canção, que fazia parte do suposto bis. No entanto, o show foi curto, direto e devidamente roteirizado. Tanto que no final, rolou uma extensa lista de agradecimentos, onde foram homenageadas todas as bandas da cidade. O fato é que não teve para ninguém. O rock independente venceu esta noite!

Foto: Bruno Eduardo
Momento final: banda e público unidos numa noite especial

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