quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Robert Plant: relembre melhores discos da carreira solo



Por Bruno Eduardo


Quem acompanha o vasto catálogo de Robert Plant, sabe que o cantor é um amante da musicalidade. A forma intimista que ele trata sua carreira solo, evidencia uma tentativa incansável de não soar datado. Entre o passado e o presente, entre o hard rock e a música universal (que ele propõe), Plant se encontra num peculiar estado intermediário - incapaz de esquecer, não querendo ressuscitar, e não-relutante para se dedicar a um gênero novo. Por isso, fizemos questão de relembrar os melhores momentos de sua vida pós-Zeppelin, em uma lista de discos essenciais -  comemorando os 66 anos desse monstro sagrado do rock.   



1-Mighty Rearranger (2005):  Um exercício ambicioso e sublimemente vulgar de como fazer um álbum de rock and roll maduro e totalmente irrestrito. Neste trabalho, Plant mantém os elementos originais, construindo paisagens sonoras encantadoras - agradando até os que ansiavam por mais elementos blues Zeppelinianos. "Mighty Rearranger" tem uma atmosfera orgânica - não fugindo de suas tendências ao Oriente Médio. Destaques: "Another Tribe", "Tin Pan Vale", "The Enchanter", "Dancing In Heaven".


2-Dreamland (2002): Esse foi o primeiro álbum solo do ex-vocalista do Led Zeppelin em quase 10 anos - e marcou a estreia de Plant com a banda Strange Sensation. O álbum é um misto de belas canções originais e algumas covers intimistas - incluindo a brilhante releitura para Bob Dylan em "One More Cup of Coffee" e uma versão histórica de Tim Buckley, na macia "Win My Train Fare Home". Obrigatório. 
3-Fate Of Nations (1993): Conhecido por muitos como o "álbum de consciência social" do cantor, Fate Of Nations é perfeito em todos os aspectos. Há um destaque grandioso ao lado compositor de Plant, com letras brilhantes e habilidade vocal renovada. O disco é uma das joias raras de sua coroa. Na verdade - e exagerando um pouco -, é tão bom quanto qualquer criação dele com o Zeppelin, desde Led Zeppelin II.
4-Band Of Joy (2010): Há quem enxergue o fantasma do Led Zeppelin rondando esse vibrante poema do século 19, que é Band Of Joy. São discos como esse que evidenciam o quanto Plant reluta contra glórias passadas e mantém pé firme em sua caminhada exótica. O disco é marcado pela emoção em explorar novos territórios ao revés de um prazer covarde em chafurdar nostalgias fakes: uma lição sobre o valor de não dar às pessoas o que elas querem.

5-Pictures At Eleven (1982)Lançado menos de dois anos após a morte de seu grande amigo John Bonham, o disco de estreia de sua carreira solo é um encontro particular entre gigantes da bateria: o eterno Genesis, Phil Collins, e o lendário Cozy Powell (ex-Rainbow) seguram a onda em um trabalho magnânimo. Recententemente, foi lançada uma versão remasterizada comemorativa aos 25 anos do disco, com bônus. Corra atrás!
6-Now And Zen (1988): Na maior parte deste seu quarto disco solo, Plant deu continuidade a sua visão de futuro - favorecendo teclados precisos e cantoria contida. Mas pela primeira vez, há um resgate heroico e um retorno inegável a sensação de majestade - principalmente pelas pinceladas guitarrísticas de Jimmi Page em "Heaven Knows" e "Tall Cool One". Dispensa qualquer comentário.
7-Maniac Nirvana (1990): Se há um disco que soa disperso de toda sua obra, este é Maniac Nirvana. O início dos anos noventa deu a Plant um single poderosamente pop: "Hurting Kind (I've Got My Eyes on You)". Aqui, o lendário cantor está completamente distanciado de qualquer viagem exótica e do intimismo exagerado que marcou sua carreira. Ouça também "Big Love".
8-The Principle Of Moments (1983): Mais um disco que conta com Phil Collins na bateria - além do ex-Jethro Tull, Barriemore Barlow, em duas faixas. Este é considerado por muitos como o disco mais hard rock de Plant desde o fim do Led Zeppelin. Duas faixas ganharam bastante na época: "Big Log" e "Other Arms". Também há uma versão remasterizada - com bônus - desse disco que pode ser encontrada por aí.

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