Foto: Daniel Silva (ZP)
Cockney Rejects botou o público para pogar durante toda a apresentação |
Quase sete anos após a última visita ao Brasil, os ícones da ‘Oi Music’ do Cockney Rejects voltam ao país sem novidades, mas embalados por uma homenagem à Chapecoense, que na verdade é a música “Goodbye Uptown Park”, escrita ano passado por ocasião do fechamento do estádio do West Ham United, time do coração dos britânicos, com uma letra adaptada às vítimas da tragédia da equipe catarinense. Jogo de Marketing? Pode até ser, mas por entrevistas dos músicos pouco antes da turnê, me pareceu algo honesto, feito por apaixonados por futebol que são.
Exatamente como nas outras vezes em que o Cockney Rejects veio ao Brasil, e tocou no Hangar 110 e no Inferno Club, aqui em São Paulo, o clima de tensão existiu na Clash Club, por conta de possíveis brigas entre punks e carecas. A barra começou pesar na rua bem antes do show, punks e carecas se estranharam, xingamentos aqui e ali, empurra-empurra, mas a turma do “deixa disso” controlou a situação, deixando claro que todos estavam ali pelo mesmo motivo, curtir o som! Por via das dúvidas, viaturas de polícia foram chamadas e ficaram de guarda na porta da casa para controlar qualquer tumulto.
Já dentro da casa, com público muito aquém do que já foi visto com outras bandas da mesma época (vale lembrar que no mesmo final de semana tocaram em São Paulo o Midnight Oil, o Suicidal Tendencies e o Tiger Army e na próxima semana, vem o GBH, todos com ingressos caros para o público alvo), a noite começou com o som da banda The Beber's Operário, vindos da cidade de Itatiba, interior de São Paulo. Som OI que agradou e fez todo o público dançar, e, diferente das outras vezes onde o público estava bem mesclado, desta vez existiam muito mais carecas que punks. Além do trabalho próprio, com letras que falam de cotidiano, protestos, mas também diversão e amizade, a banda ainda fez um cover dos Garotos Podres. Agradou a todos.
Na sequência e sem demora, no palco os rapazes da banda Faca Preta, de São Paulo, mostraram o som e também agradaram a todos. Na estrada desde 2013, a banda tem participação na coletânea “Para Incomodar – Street Punk Brasil – Vol.2”, e um vinil 7”, lançado pela HBB Records, além do recém lançado clipe da música “Vida Dura”. Durante o show o pogo rolou solto, e ainda teve tempo para um cover, com a música “Quanto Vale a Liberdade?”, do Cólera.
Sem muita espera, Jeff Turner, Mick Geggus, Vince Riordan e Andrey Lang, mostraram o que se espera do Cockney Rejects: muita energia e punk rock! Mataram a saudade de quem os viu anos atrás e a curiosidade de muitos que foram pela primeira vez assistir a banda. O show faz um balanço de 38 anos de atividade deles, e abre com a cacetada “Fighting in the Streets”, passa por ótimos sons como “We Are the Firm” ou “Power and the Glory”, mas, como já dito, não teve nada de novo, e a casa vazia ainda fez a noite ser um pouco mais chata.
Claro que essa é apenas a opinião de quem não tem muito mais paciência para encarar uma roda de pogo cheia de carecas, mas a galera que estava na frente do palco pareceu estar em êxtase de ver seus ídolos hooligans de perto! E assim foi... breve parada, como é praxe, volta com “Police Car”, o hino do West Ham “I’m Forever Blowing Bubbles”, que nunca pode faltar, e, óbvio, “Oi! Oi! Oi!” para fechar a noite em grande estilo! Os tiozinhos estão em forma, uma pena é essa divisão de público, não teve brigas, mas era nítido que boa parte de quem estava lá dentro estava “cabreiro” com diferenças antigas que podiam ser desafiadas a qualquer instante.
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