Doze anos necessários. Conhecendo bem a história desse grupo, e sabendo tudo o que passaram na última década, era fato que eles precisavam de tempo para reparar todos os buracos que se formaram após a saída de Rodolfo. Talvez por isso, o último disco de estúdio do grupo (Kavookavala) acabou soando como um ato instintivo – e uma tentativa de resposta rápida aos fãs. Na época também, a banda sofreu com a falta de apoio da gravadora, e o resultado, lógico, não foi dos melhores.
Felizmente, os Raimundos demonstram persistência saudável e respeito às origens nesse Cantigas de Roda. Há Faixas rápidas e cruas - “Rafael” e “Cachorrinha” – que lembram o lado hardcore de discos como Lavô Tá Novo (1995) e Lapadas do Povo (1997); e participações especiais que dão um tom mais heterogêneo ao trabalho. Em “Dubmundo”, por exemplo, o grupo conta com a ajuda de Sen Dog do Cypress Hill. O ska, que marcou a carreira da banda nos hits “Me Lambe” e “Opa, Peraí Caceta”, se faz presente em “Gordelícia”, e o pop radiofônico está em “Cera Quente”. Até o ritmo nordestino foi resgatado em “Gato da Rosinha”. Outro fator que merece destaque é a evolução de Digão como vocalista - que enfim parece mais seguro da posição. O álbum foi totalmente financiado pelos fãs (sistema de crowdfunding) e com isso, o formato físico não será distribuído no mercado - uma exclusividade para quem contribuiu.
Resumindo: Cantigas de Roda é um resultado digno para uma história que beira a três décadas.
Ouça: "Rafael"
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