Mesmo com a decisão engavetar o Thee Oh Sees, Dwyer voou alto em Drop. O disco é uma perfeita exibição da liberdade artística e do despojamento que marcou a carreira do grupo em quase duas décadas.
Quem acompanha de perto a história desse grupo de São Francisco - formado há uma década e meia - tem de concordar que não é tarefa das mais fáceis decifrar a sua intensa e multidirecional discografia. Para se ter uma ideia, este é o quinto disco em três anos. Ou seja, os caras não parecem possuir uma cronologia datada, muito menos jogadas de lançamentos para angariar fundos. Fica nítido que Thee Oh Sees age de forma dinâmica, instantânea, e com um livre-arbítrio roqueiro imprescindível. A maior prova disso é ‘Drop’.
O grupo entrou em hiato após lançar o melhor disco de sua carreira (Floating Coffin), e mesmo assim, fez questão de deixar um álbum de lembrança. Drop segue a mesma linha de Floating Coffin. A primeira faixa, “Penetrating Eye”, comprova a fase de transformação do trio – que agora utiliza teclados e sintetizadores. Em “Encrypted Bounce (A Queer Sound)”, John Dwyer está à vontade: sola à esmo, esbanja barulhinhos e cantarola em ritmo de assobio (tudo brilhantemente encaixado em feeling).
Em Drop, a psicodelia não é uma escolha, e sim, um estado de espírito - “Transparent World” poderia estar perdida num disco do Flaming Lips, e “The Kings Nose” figura como uma alquimia zappaniana. Uma coisa é certa: com a pausa do Thee Oh Sees, o rock fica bem menos interessante - pelo menos por enquanto.
Ouça: "Penetrating Eye"
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