domingo, 22 de setembro de 2013

ROCK IN RIO 2013 - IRON MAIDEN

Foto: Marcos Hermes
Dickinson rege multidão, e Iron Maiden fecha Rock in Rio com show padrão


Por Bruno Eduardo

Se o Rock in Rio gosta de dar ao seu público o que ele quer – mesmo que isso leve escalar as mesmas bandas por edições seguidas -, não teria melhor nome para encerrar o evento que o Iron Maiden. O grupo, que está na estrada comemorando 25 anos da turnê Made in England (que divulgava o disco Seventh Son Of A Seventh Son), caracterizou o palco de forma menos apoteótica do que de costume, e modificou o repertório da época - levando a inclusão de músicas dos discos lançados posteriormente ao ano de 1988 – para que pudesse assim, atender seus fãs por completo.

A introdução do disco Seventh Son Of A Seventh Son rolou com a exibição de um filme no telão, para que o grupo entrasse ao vivo em “Moonchild”, seguida do hit “Can I Play With Madness”. No início da apresentação, era difícil ouvir a voz de Bruce Dickinson quando o mesmo entoava tons mais agudos. Logo, no entanto, o som melhorou, e pôde-se comprovar que o “pequeno” vocalista continua afiado – como, por exemplo, no refão de “2 Minutes To Midnight”, onde o mesmo demonstra potência de sempre. Em certo momento, ele comanda os fãs de forma hipnótica - ordena gritos, mão levantadas, e silêncio (?) – e ainda faz comercial da cerveja “Trooper”, que foi lançada recentemente no Brasil: “A cerveja brasileira é uma porcaria! Por isso eu trouxe a minha!”

Curiosamente, um dos melhores momentos do show foi em “Afraid To Shoot Strangers” – do irregular Fear Of The Dark (que marca fase de declínio criativo da Donzela). Porém, o grupo mantém uma fórmula infalível em cima dos palcos. É algo que não apresenta novidades, mas que é funcional por ser um número inquestionável - não se questiona um show do Iron Maiden!

Embora o grupo seja conhecido como um pilar do Heavy Metal, hoje, trinta anos depois, eles parecem soar menos pesados no palco – tudo reflexo do sinuoso caminho musical, que começou no punk; correu para o Heavy; flertou com o Hard; se aventurou no progressivo; sobrevivendo às mudanças. Porém, ficou constatado na versão de “Running Free” – primeiro single da banda, lançado no longínquo ano de 1980 – que o público do Iron Maiden se recria ao tempo. É certamente a banda veterana com o público mais jovem da atualidade, o que é raro para os dias de hoje – em que jovens estão cada vez mais desprendidos de tradições. 

Talvez por isso, tenha ficado no ar a impressão, que apresentar a turnê de 1988 para o público do Rock in Rio, não foi um resgate saudosista, mas sim, uma inserção histórica para a molecada. Up The Irons!

[Matéria publicada originalmente por Bruno Eduardo no Portal Rock Press]

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